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Eternos: Novo Filme da Marvel retoma discussão sobre representatividade no MCU

  • Laura Silveira
  • 13 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura
Produção ultrapassou a "fórmula Marvel" para trazer novos ares a franquia
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Grupo de super-heróis 'Eternos'. Reprodução: Marvel Studios/Divulgação

O Universo Cinematográfico da Marvel (UCM, ou MCU) ganhou mais um capítulo neste mês de Novembro com o filme 'Eternos'. A nova aventura introduz um núcleo de personagens novos, adaptados das histórias em quadrinhos de Jack Kirby, e traz novos ares ao MCU, não apenas pelos novos super-heróis apresentados, mas também pela produção ultrapassar a "fórmula Marvel", entregando. O longa é o 25º filme da franquia.

A mente por trás de 'Eternos'

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Chloe Zhao em exibição especial de Eternos. Reprodução: WWD

Para a direção do longa, o CEO da Marvel Studios, Kevin Feige, recrutou Chloé Zhao. A cineasta é atual ganhadora do Oscar por 'Melhor Direção', sendo apenas a segunda mulher- e primeira mulher asiática- premiada na categoria nos 92 anos de história da premiação. Ao EW, Feige afirmou que o projeto jamais seria cogitado sem Zhao. "Encontramos uma cineasta que é tão visionária quanto é nerd. Ela conhece mais que nós quando o assunto é quadrinhos da Marvel. É uma combinação espantosa", completou.


A diretora recebeu total liberdade criativa para imprimir a visão que desejava ao projeto. Zhao destacou ao Hollywood Reporter como foi apoiada para fazer tudo como queria. "Sou muito grata por eles respeitarem a visão de seus cineastas. Sinceramente, eu amo a liberdade criativa da Marvel Studios", afirmou.


O resultado foi um filme fora da "fórmula Marvel", com tom único e marcos históricos para a franquia, principalmente no que se trata de representatividade: Eternos tem a primeira super-heroína com deficiência auditiva, a Makkari (interpretada por Lauren Ridloff),e o primeiro super-herói abertamente gay da franquia, Phastos (interpretado por Bryan Tyree Henry).


A lenta jornada da representatividade no MCU

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Fase 4 do MCU. Reprodução: Disney+

Não é novidade que representatividade ainda é tabu em todos os setores culturais. Se tratando de grandes franquias, como Marvel, DC e Star Wars, esse fator negativo ganha ainda mais destaque pela enorme dimensão de seu público, que, infelizmente, ainda retrata o preconceito enraizado na sociedade. Não é surpresa quando filmes de tais franquias recebem fortes ataques virtuais simplesmente por terem uma mulher ou alguém não-branco no elenco.


Para a Marvel Studios, foi preciso um conflito interno para que o estúdio tivesse produções mais diversas. Kevin Feige, antes de se tornar CEO, chegou a ameaçar se demitir devido à relutância em permitir tais produções. A evolução da representatividade na franquia cresceu com Feige, que assumiu em 2015, mas ainda a passos lentos. Dos 19 filmes solo do MCU, apenas 5 não são protagonizados por homens brancos.


O primeiro, Pantera-Negra, foi lançado em 2018, 10 anos após a estreia do universo. Capitã Marvel chegou em 2019 sobre fortes ataques machistas online por ser a primeira super-heroína com um filme só seu e ter uma atriz protagonista, Brie Larson, defensora da diversidade em produções. Com 'Eternos' não foi diferente: o filme recebeu ataques e avaliações negativas antes mesmo de estrear. Além disso, foi banido na Arábia Saudita e Kuwait, e seu lançamento na China ainda é incerto.


À Variety, a atriz Angelina Jolie, que dá vida à super-heroína Thena em 'Eternos', comentou sobre o tabu em Hollywood:

"Espero que as pessoas assistam Eternos e não pensem 'Oh, é um filme sobre diversidade, sobre como todo mundo pode ser um super-herói'. Quero que pensem 'Bom, é claro que essa pessoa é um super-herói, e é claro que essa outra também'. A vergonha é nossa por ter um dia questionado se elas poderiam ser"

Porque representatividade importa

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Lauren Ridloff como Makkari. Reprodução: Marvel/Divulgação
"Essa oportunidade representa muito para artistas com deficiência auditiva e para todos que são marginalizados e não recebem chances iguais nas artes" Lauren Ridloff ao Refinery 29

Ao Refinery29, a atriz Lauren Ridloff e a cineasta Chloé Zhao falaram sobre a séries de "barreiras" quebradas pelo filme para a franquia, "Meu trabalho é garantir que estes personagens não estejam ali simplesmente por estar, é preciso dar sensibilidade e humanidade à história para que toda a audiência possa se relacionar com o que estamos construindo", comentou Zhao. "O que me atraiu nesse filme é que sim, há inclusão e diversidade, mas este não é o foco. Finalmente temos um filme onde super-heróis acontecem de serem diferentes, mas é natural, pois deveria ser", completou Ridloff.


E o que achou a audiência? "A diferença desse filme para os outros do MCU é que agora compreenderam que super-heróis não são apenas homens brancos e que é preciso representar o mundo real nas telas", disse João Lucas Passalini, fã que acompanha a franquia há anos. "Uma empresa tão grande como a Marvel dar esse passo para finalmente apresentar um super-herói com deficiência e outro abertamente gay mostra à audiência e a Hollywood que isso precisa estar nas telas", acrescentou.


Eternos conta com Gemma Chan, Richard Madden, Lauren Ridloff, Angelina Jolie, Salma Hayek, Bryan Tyree Henrie, Kit Harington, Kumail Nanjiani, entre outros, no elenco. O filme está em cartaz nos cinemas.

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O Multiverso POP é um projeto dos estudantes do 4º período de jornalismo.

© 2021 por Laura Silveira, Karine Santos, Pedro Siqueira e Hellen Almeida

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